Rede Pela Circularidade do Plástico apresenta soluções para embalagens flexíveis ao Ministério do Meio Ambiente.

Webinar marca os sete anos da iniciativa e reforça protagonismo do setor produtivo
na economia circular do plástico no Brasil

São Paulo, abril de 2025 – Em comemoração aos seus sete anos de atuação, a Rede Pela Circularidade do Plástico, iniciativa criada pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), promoveu um webinar para apresentar ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) um conjunto de iniciativas voltadas à circularidade das embalagens plásticas flexíveis — consideradas um dos principais desafios da reciclagem no cenário global.

O encontro reuniu cerca de 20 participantes, entre representantes do governo federal, setor privado e especialistas técnicos. No total, foram compartilhadas 14 soluções desenvolvidas por empresas integrantes da Rede, com foco em modelos já implementados em escala industrial.

Entre os destaques apresentados estavam:

Além de evidenciar o comprometimento do setor produtivo com a sustentabilidade, o webinar reforçou o posicionamento da indústria brasileira nas discussões internacionais sobre o Tratado Global contra a Poluição por Plásticos. A ABIPLAST tem acompanhado de perto as negociações do Comitê Intergovernamental de Negociação, defendendo a criação de um instrumento jurídico internacional robusto e vinculante. A entidade ressalta, no entanto, a necessidade de considerar as particularidades regionais de cada país.

As embalagens flexíveis são constantemente apontadas nos fóruns internacionais como um dos maiores obstáculos à reciclagem. No entanto, os projetos apresentados durante o evento demonstram que soluções viáveis e em escala já estão em curso no Brasil.

“As práticas apresentadas ao MMA mostram que a transição para a circularidade já está em andamento. As indústrias estão mobilizadas, e a Rede se consolida como uma iniciativa estratégica e referência em conhecimento sobre circularidade do plástico no país”, afirmou Camilla Guimarães, coordenadora da Rede Pela Circularidade do Plástico.

Durante o webinar, o Ministério do Meio Ambiente reforçou seu compromisso com a pauta da circularidade. Um novo decreto com metas obrigatórias de conteúdo reciclado deve ser publicado em breve, prevendo rastreabilidade garantida pela plataforma Recircula Brasil — desenvolvida pela ABIPLAST em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

O MMA também demonstrou interesse em ampliar a visibilidade das ações promovidas pela Rede, como o projeto Circularize, que orienta cooperativas e catadores sobre a correta separação dos resíduos plásticos e a padronização das nomenclaturas, facilitando a comercialização com a indústria recicladora.

“Temos interesse em disseminar materiais didáticos acessíveis aos catadores. Ajudar na separação correta e aumentar a reciclagem é fundamental”, destacou Sabrina Andrade, coordenadora-geral de Logística Reversa do Departamento de Gestão de Resíduos do MMA.

Para Mariana Nascimento, Analista Ambiental do Departamento de Gestão de Resíduos do Ministério, as iniciativas apresentadas são um ótimo exemplo de como a cadeia está se organizando. “Foram casos muito interessantes. É bom ver que está todo mundo se mexendo, buscando melhorias”, avalia.

“Estar com outras empresas da REDE em uma reunião técnica com a coordenadoria de Logística Reversa foi excelente. Pudemos apresentar os resultados de iniciativas como os Guias de Design, RETORNA, Circularize, Reflexível e CirculaFlex, além de mostrar que, individualmente, cada empresa já vem atuando para aumentar a circularidade das embalagens plásticas flexíveis”, complementou Juliana Seidel, da Amcor, líder do eixo de Design de Embalagens da REDE.

Rede celebra 7 anos de atuação

Criada em 2018, a Rede Pela Circularidade do Plástico completa sete anos de trabalho colaborativo envolvendo mais de 60 organizações de toda a cadeia do plástico — incluindo petroquímicas, recicladores, indústrias de bens de consumo, varejistas, cooperativas e consumidores.

A atuação da Rede é estruturada em cinco eixos estratégicos:

Ao longo dos anos, a REDE entregou à sociedade diversos projetos significativos, como o RETORNA 2.0, ferramenta online gratuita que avalia o índice de reciclabilidade de embalagens plásticas. A plataforma auxilia empresas a desenvolver opções mais recicláveis, considerando as especificidades regionais do Brasil. Em 2024, foram realizadas 1.095 análises, contando com a participação de 515 usuários cadastrados, representando agora 299 empresas. 

Outro destaque é o Circularize, projeto que visa estreitar laços comerciais entre cooperativas e recicladoras de plástico. O portal oferece guias técnicos para otimizar a entrega de matéria-prima e padronizar a sucata de plástico para agregar valor e facilitar sua comercialização. 

O Circula Flex é outra iniciativa relevante, focada em logística reversa para embalagens flexíveis, unindo cooperativas e recicladores para aumentar o volume reciclado desse material, já são 22 recicladores e 54 cooperativas participantes. 

Em nível municipal, a rede tem apoiado projetos como o recicla cidades, desde 2022. Em fase de implementação o Recicla Praia Grande e Bertioga, lançados em janeiro e outubro de 2024 em parceria com o Movimento Plástico Transforma, e o Recicla Guarujá, em vigor desde 2022. As ações incluem capacitação de cooperativas, educação ambiental e aumento da coleta seletiva.
Juntas, essas iniciativas já contribuíram para a reciclagem de mais de 170 toneladas de plástico.